sábado, 11 de julho de 2009

Oração composta por Madre Teresa de Calcutá

"Mantenha seus olhos puros para que Jesus possa olhar através deles.
Mantenha sua língua pura para que Jesus possa falar por sua boca.
Mantenha suas mãos puras para que Jesus possa trabalhar com suas mãos.
Mantenha sua mente pura para que Jesus possa pensar seus pensamentos em sua mente. Mantenha seu coração puro para que Jesus possa amar com seu coração.
Peça a Jesus para viver sua própria vida em você porque:
Ele é a Verdade da humildade.
Ele é a Luz da caridade.
Ele é a Vida da santidade.

(Madre Tereza de Calcutá)
Ir. Mary Prema
(Alemã)
(Atual Superiora Geral da Congregação das Missionárias da Caridade)

Eleita a nova superiora das Missionárias da Caridade...

Cidade do Vaticano, 25 mar (RV) -

A nova superiora das Missionárias da Caridade é a alemã Irmã Mary Prema. Ela foi eleita ontem, em substituição de Irmã Nirmala Joshi, que dirigia a Congregação desde a morte da fundadora, a bem-aventurada Madre Teresa, em 1997. O anúncio foi feito ontem à noite pela porta-voz das religiosas, Irmã Christie.
Hoje é o último dia da congregação geral, iniciada em 1º de fevereiro na casa-mãe da ordem, nos arredores de Calcutá. Irmã Nirmala Joshi fora reeleita no curso da assembléia, mas pediu para ser isenta por motivos de saúde e para se dedicar à vida contemplativa.
Das 136 irmãs participantes do capítulo, apenas 74 têm origens indianas, enquanto as outras provêm de diversos países nos quais a Congregação está presente. Além da nova Superiora, o capítulo elegeu também Irmã Josepha como assistente de Irmã Mary Prema e conselheira da Congregação, ao lado das Irmãs Joanna, Adriana e Joseph Maria.
A constituição das Missionárias da Caridade permite que a Superiora permaneça no cargo por somente dois mandatos de 6 anos cada. A aceitação por parte de Irmã Nirmala à terceira reeleição acarretaria o pedido de aprovação papal. (CM)

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Não se detenha...

"Enquanto estiver vivo, sinta-se vivo.
Se sentir saudades do que fazia, volte a fazê-lo.
Não viva de fotografias amareladas...
Continue, quando todos esperam que desistas.
Não deixe que enferruje o ferro que existe em você.
Faça com que em vez de pena, tenham respeito por você.
Quando não conseguir correr através dos anos, trote.
Quando não conseguir trotar, caminhe.
Quando não conseguir caminhar, use uma bengala.
Mas nunca se detenha"

(Beata Madre Teresa de Calcutá)

Poema: Assim mesmo.

"Muitas vezes as pessoas são egocêntricas, ilógicas e insensatas.
Perdoe-as assim mesmo.
Se você é gentil, as pessoas podem acusá-lo de egoísta, interesseiro.
Seja gentil, assim mesmo.
Se você é um vencedor, terá alguns falsos amigos e alguns inimigos verdadeiros.
Vença assim mesmo.
Se você é honesto e franco, as pessoas podem enganá-lo.
Seja honesto assim mesmo.
O que você levou anos para construir, alguém pode destruir de uma hora para outra.
Construa assim mesmo.
Se você tem Paz e é Feliz, as pessoas podem sentir inveja.
Seja Feliz assim mesmo.
Dê ao mundo o melhor de você, mas isso pode nunca ser o bastante.
Dê o melhor de você assim mesmo.
Veja que, no final das contas, é entre você e DEUS.
Nunca foi entre você e as outras pessoas."

(Beata Madre Teresa de Calcutá)

" Ama-me por Amor somente "

"Ama-me por amor somente.
Não digas: "Amo-a pelo seu olhar,
o seu sorriso, o modo de falar
honesto e brando. Amo-a porque se sente
minh'alma em comunhão constantemente
com a sua".
Porque pode mudar
isso tudo, em si mesmo, ao perpassar
do tempo, ou para ti unicamente.
Nem me ames pelo pranto que a bondade
de tuas mãos enxuga, pois se em mim
secar, por teu conforto, esta vontade
de chorar, teu amor pode ter fim!
Ama-me por amor do amor, e assim
me hás de querer por toda a eternidade."

(Beata Madre Teresa de Calcutá)

Poema: A vida

A vida é uma oportunidade, aproveite-a...
A vida é beleza, admire-a...
A vida é felicidade, deguste-a...
A vida é um sonho, torne-o realidade...
A vida é um desafio, enfrente-o...
A vida é um dever, cumpra-o...
A vida é um jogo, jogue-o...
A vida é preciosa, cuide dela...
A vida é uma riqueza, conserve-a...
A vida é amor, goze-o...
A vida é um mistério, descubra-o...
A vida é promessa, cumpra-a...
A vida é tristeza, supere-a...
A vida é um hino, cante-o...
A vida é uma luta, aceite-a...
A vida é aventura, arrisque-a...
A vida é alegria, mereça-a...
A vida é vida, defenda-a...

(Beata Madre Teresa de Calcutá)

terça-feira, 7 de julho de 2009

Quem Vai Querer?

Quem vai querer?
Quem vai querer largar tudo...
Para se dedicar aos mais necessitados?

Quem vai querer se despojar de bens e
passar toda a vida só fazendo caridade?

Não é fácil e merecem cumprimentos e incentivo
essas religiosas. Elas pertencentes à mesma
congregação ("Missionárias da Caridade") daquela
ex-professora de Geografia, nascida na Albânia e que
deu 87 anos da vida dela para cuidar de enfermos e
famintos que via perambulando pelas ruas...

Não deu mais porque morreu... Isso mesmo!
Morreu aos 87 anos de vida!
Quando os "de fora" foram ver os pertences dela
descobriram apenas:
1 prato e um copo
1 par de sandálias
1 escova de dentes
1 colchão
1 pedaço de sabão
pouca roupa de cama
poucas peças de vestuário

Não é fácil...
Pessoas como elas, como Chico Xavier, como
muitos padres e papas, outros religiosos e
muitas pessoas anônimas (e comuns) fazem
da caridade o alento para milhões de pessoas.
E fazem isso durante praticamente toda a vida delas...
Muitos sequer sem ver TV, ir ao cinema ou fazer uma foto!

Não parece incrível? Só que é crível...
É crível e, claro, é opção, "livre arbítrio" ou missão!

Quem vai querer?
Não precisa todo o tempo do mundo...
Mas uma ou duas horas por semana pode
mudar a vida de alguém, porque...
"Fora da Caridade..." Hum... Fica difícl!

Agnes Gonxha Bojaxhiu



Inicia-se uma missão!

Agnes Gonxha Bojaxhiu era o nome de batismo de Madre Teresa, que nasceu aos 26 de agosto de 1910, em Skopje - Albânia, hoje a atual capital da Macedônia. Ela tinha dois irmãos mais velhos: Ágata e Lázaro. O pai chamava-se Nicolau, e era um próspero comerciante albanês, e sua mãe, chamava-se Drane (Rosa). Seus pais eram cristãos muito fervorosos, por isso, a batizaram no dia 27 de agosto de 1910 (um dia após o seu nascimento). A sua família pertencia à minoria albanesa que vivia no sul da antiga Iugoslávia.

Enquanto criança estudou em uma escola estatal (a qual pertence hoje à atual Croácia) durante a Primeira Guerra Mundial. Depois ingressou na "Congregação Mariana", onde se aprofundou na formação religiosa. Assim, a chama missionária já começara a ser acesa em seu coração. Aos poucos - os desígnios de Deus quanto ao seu futuro na Índia - já começavam a lhe ser revelados - através das cartas escritas pelos missionários jesuítas da Índia, as quais já começavam a semear dentro dela o desejo de também unir-se a eles. Pois, toda a miséria material e espiritual e o abandono aos quais toda aquela população era submetida, já naquela época, a comoviam sobremaneira.

A vida de Madre Teresa (já desde muito jovem) foi marcada por muitas renúncias, sofrimentos e perdas - dentre as quais o falecimento prematuro de seu pai. Sua mãe, no entanto, conseguiu educar os três filhos da melhor maneira possível, dando-lhes não só uma exemplar e profunda educação humana, como também o melhor ensinamento que um cristão pode deixar como herança aos seus filhos: O AMOR A JESUS!

De maneira que quando Agnes tinha dezoito anos ingressou na vida religiosa - no dia 29 de setembro de 1928 entrou para a Casa Mãe das "Irmãs de Nossa Senhora de Loreto", em Rathfarnham, perto de Dublin (Irlanda). No entanto, as suas aspirações eram cada vez fortes com relação à Índia... Acompanhada de suas superioras, fez o noviciado já no campo do apostolado. E após apenas alguns meses de estadia na Irlanda, Agnes partiu para Índia em 1931 - assim, iniciou-se o seu chamado à vocação missionária nesse país. A princípio, foi enviada para Darjeeling, local onde concluiu o noviciado no Colégio das Irmãs de Loreto.

Aos 24 de maio de 1931, Agnes fez a profissão religiosa, recebendo os votos temporários de pobreza, castidade e obediência. A partir daí, o seu nome passou a ser: Teresa. Certa vez, quando questionada sobre a escolha do nome "Teresa" ter sido em homenagem à Santa Teresa de Ávila ou à Santa Teresinha do Menino Jesus, ela respondeu: "A famosa Teresa não é para mim, ser a menor é melhor (referindo-se, provavelmente, à Santa Teresinha)."

Passou, então, a lecionar Geografia no Colégio de Santa Maria, da Congregação de Nossa Senhora do Loreto, em Calcutá, onde permaneceu durante muitos anos. Era uma excelente professora, e por isso, era muito estimada por todos devido à sua dedicação e amor a tudo o que fazia. Sendo que mais tarde, foi nomeada diretora desse colégio. Aos 24 de maio de 1937 fez sua profissão perpétua, eternizando a aliança que fizera com a Igreja. Cumpriu com fé, determinação, abnegação e amor, somente a vontade do Pai: amou, como poucos conseguem amar, o próximo acima de tudo! Amou com palavras, gestos e atitudes concretas!

Teresa, nosso grande exemplo de como amar, amar e acima de tudo, amar!...

O Chamado: "uma vovação dentro de uma vocação"

O Dia da Inspiração

O dia 10 de setembro de 1946 foi definitivo para mudar o rumo da vida de Madre Teresa, pois foi quando ela recebera a inspiração que marcaria completamente sua vida e vocação - "uma vovação dentro de uma vocação", como ela mesma definiu, mais tarde. Esta inspiração lhe ocorrera durante uma viagem de trem ao noviciado do Himalaia, local para o qual estava se dirigindo para se curar de uma tuberculose que havia adquirido e, ao mesmo tempo, aproveitando a oportunidade para fazer um retiro espiritual. Madre Teresa, então, recebe um chamado interior muito forte, que o chamara de: "O Dia da Inspiração".

Madre Teresa relatou esse chamado tão importante, o qual mudaria o rumo de sua própria história, bem como a do mundo inteiro: "Em 1946 foi o "Dia da Inspiração", que ocorreu quando eu estava indo de Calcutá a Darjeeling, de trem, para fazer o meu retiro. Não é fácil dormir nos trens, mas tentar fazê-lo num trem da Índia é impossível: tudo range, há um penetrante odor de sujidade, devido ao amontoamento de homens e animais, detritos, cestos, galinhas cacarejando... Naquele trem, com os meus trinta e seis anos, percebi no meu interior um chamado para que renunciasse a tudo e seguisse a Cristo nos subúrbios, servindo-Lhe através dos mais pobres dos pobres. Foi quando compreendi que Deus desejava isso de mim..."

Assim, após cerca de quase 20 anos na Índia, a Irmã Teresa já não conseguia mais se omitir diante da tão degradante e desesperadora situação a que todos os pobres e excluídos de Calcutá eram submetidos, pois além da fome, da miséria, das doenças... estes eram desprezados, humilhados e abandonados. De maneira que, a partir desse chamado, o qual foi sendo discernido através de muita oração, meditação e aconselhamento com sua superiora, seu diretor espiritual e com amigos religiosos, ela começa a questionar-se sobre como poderia, de fato, ajudar a esses excluídos...


A Espera

Foi desta maneira, com todas estas indagações que esta grande alma viveu o seu retiro espiritual daquele ano. Assim, ao regressar a Calcutá, foi imediatamente procurar pelo seu diretor espiritual, o Padre Celeste van Exem, e este expôs ao Arcebispo Monsenhor Fernando Periér a inspiração que fora suscitada à Madre Teresa, isto é, do desejo desta de deixar a congregação à qual pertencia para que pudesse dedicar-se somente aos "mais pobres dos pobres", como ela mesma definira. O Arcebispo, então, disse ao Padre Celeste, que por se tratar de uma decisão muito séria, ela deveria aguardar durante um ano, mantendo-se tranqüila e rezando.


A obediência na espera da hora do Senhor

Madre Teresa aceitou com humildade, resignação e paciência este período de espera. Com grandeza de alma, característica que lhe era tão própria, mais tarde comentou o acontecido, desta forma: "Não podia ter sido outra a sua resposta. Um Bispo não pode autorizar a primeira religiosa que se lhe apresenta com projetos estranhos, sob o pretexto de que esta pareça ser a vontade de Deus".


A permissão para finalmente cumprir a sua missão

Neste tempo de espera no Senhor, ela voltou à sua rotina de professora, e abandonou-se completamente na vontade de Deus. Passado esse período de espera de um ano que lhe fora recomendado - ela foi procurar pelo Arcebispo Monsenhor Periér novamente. Este, então, deu-lhe permissão para que comunicasse o seu projeto à Madre Gertudes, Superiora Geral das Irmãs de Loreto, na Irlanda.


A resposta tão aguardada...

A tão aguardada resposta da Irmã Gertrudes chegou no dia 2 de fevereiro de 1948, a qual continha as seguintes palavras: "Minha querida Teresa: O seu projeto parece-me ser uma clara manisfestação da vontade de Deus. Eu lhe dou permissão para escrever a Roma." Madre Teresa escreve, então, uma carta ao Cardeal Prefeito, Luigi Lavitrano, o responsável pelas congregações religiosas, na época, descrevendo-lhe o seu chamado e a nova missão para a qual estava sendo chamada por Deus.


Por amor aos pobres ela renuncia à segurança e ao conforto de sua antiga congregação

Em agosto de 1948, o Padre Celeste - autorizado pelo Papa Piu XII - já pôde conceder à Madre Teresa a tão desejada autorização de desligamento da Congregação das Irmãs de Loreto. Isso na prática significava que a Irmã Teresa seguia sendo uma religiosa (tendo que continuar cumprindo os votos de pobreza, obediência e castidade), mas a partir de então, sob a obediência do Arcebispo de Calcutá. Assim, no dia 19 de agosto de 1948 - ela renuncia à tranqüilidade e à segurança em que vivia, para dedicar o resto de sua vida ao próximo.

"Este é meu mandamento: Amai-vos uns aos outros, como eu vos amo. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos."(João 15, 12-13).

Assim, esta serva de Deus dá início a um dos mais grandes feitos da história da humanidade - com uma única certeza no coração: o seu "Chamado!" - a princípio, sem uma congregação que a amparasse, sem companheiras que a ajudassem, sem dinheiro suficiente para que pudesse providenciar um abrigo sequer... Desta forma, Madre Teresa, sinônimo de coragem, de fé, e de amor ao próximo, inicia o que se tornaria, mais tarde, uma das mais importantes congregações do mundo: a "Congregação das Irmãs da Caridade!"

O Início da Missão

"A pobreza não foi criada por Deus. Nós é que a causamos – você e eu – devido ao nosso egoísmo"


O primeiro passo: um curso de enfermagem

O primeiro passo concreto tomado pela Irmã Teresa, para poder principiar a sua missão, assim que deixou a Congregação das Irmãs de Loreto, no ano de 1948, foi inscrever-se em um curso básico de enfermagem (ministrado pelo renomado hospital: "American Medical Missionaries", em Patna) com o objetivo de aprender a administrar medicamentos e a cuidar de doentes, a fim de que sua nova missão junto aos pobres e doentes pudesse ser plenamente cumprida.


A confiança na Divina Providência

Ao dizer o seu "sim" a Deus, aceitando a nova missão para a qual tinha sido chamada - abandonou-se totalmente em sua Divina Providência - visto que ao deixar a Congregação das Irmãs de Loreto a qual pertencia, ela ficou absolutamente desamparada e só, sem poder mais contar com a segurança, com o conforto e a tranqüilidade que lá havia... Mas, como nosso Deus é Pai, Ele logo a recompensou e a amparou, de maneira que, aos poucos tudo foi sendo providenciado: abrigo, donativos, postulantes para a auxiliarem...

"Tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são os eleitos, segundo os seus desígnios" (Romanos 8, 28)

Madre Teresa, em tudo, vivia segundo nos prega a Sagrada Escritura e tamanha era a sua confiança na Divina Providência, que assim que regressara de Patna (local onde havia freqüentado o curso de enfermagem) doou o pouco que lhe restara aos pobres e a um sacerdote (mesmo ainda não tendo nem sequer um teto que a abrigasse!), segundo ela mesma nos narra:

"Era a minha primeira volta pelas ruas de Calcutá depois de ter deixado Loreto e ter regressado de Patna. A certa altura aproximou-se de mim um sacerdote, o qual me pediu um donativo para uma coleta que estava sendo realizada a favor de uma boa causa. Eu tinha saído de casa com cinco rúpias. Já tinha dado quatro aos pobres. Entreguei-lhe a única rúpia que me restava. Ao entardecer, este mesmo sacerdote veio procurar-me com um envelope nas mãos . Ele disse-me que lhe tinha sido ofertado por um senhor desconhecido, que ouvira falar dos meus projetos e por isso gostaria de poder me ajudar. No envelope havia cinqüenta rúpias. Naquele momento tive certeza de que Deus começava a abençoar a minha obra e que nunca mais me abandonaria."


As dificuldades deram-lhe têmpera de guerreira!

Todas as dificuldades iniciais pelas quais passou Madre Teresa, deram-lhe ainda mais têmpera de guerreira, e serviram-lhe também, para que pudesse compreender ainda mais a fundo toda a humilhação e o desespero aos quais são submetidos os pobres, dia após dia, mês após mês, anos e anos a fio... Sendo obrigados a viver diariamente esta desesperada luta pela sobrevivência, numa eterna espera, ansiedade e sofrimento, que vai destruindo o corpo e ferindo a alma!

No entanto, nada a demoveu de sua missão, nem a falta de segurança, ou as muitas dificuldades pelas quais estava passando, pois tinha a maior de todas as certezas: O AMOR! Sabia que o amor poderia, de fato, mover montanhas, salvar vidas e resgatar almas! Tudo porque acreditava realmente em seu chamado:

“Não! Não voltarei atrás. A minha comunidade são os pobres. A sua segurança é a minha. A sua saúde é a minha. A minha casa é a casa dos pobres. A sua segurança é a minha. A sua saúde é a minha. A minha casa é a casa dos pobres; não apenas dos pobres, mas dos mais pobres dos pobres. Daqueles de quem as pessoas já não querem aproximar-se com medo de contágio e da porcaria, porque estão cobertos de micróbios e vermes. Daqueles que não vão rezar, porque não podem sair nus de casa. Daqueles que já não comem, porque não têm forças para comer. Daqueles que se deixam cair pelas ruas, conscientes de que vão morrer, e ao lado dos quais os vivos passam sem lhes prestar atenção. Daqueles que já não choram, porque se lhes esgotaram as lágrimas.” (Madre Teresa de Calcutá)


O primeiro alojamento e as primeiras vocacionadas

O primeiro alojamento foi providenciado pelo Senhor Michael Gomes, um grande amigo que a auxiliou por toda a vida; e as primeiras vocacionadas a unir-se à Madre Teresa, foram algumas de suas ex-alunas. A estas ela ensinara o poder da oração, dizendo-lhes: "A coisa mais importante que existe é rezar, rezar, rezar." E dizia-lhes que diante de qualquer dificuldade, deveriam rezar uma "Ave-Maria" todas as manhãs. "Quando rezamos muitas "Ave-Marias", tudo pode ser solucionado."

Ainda no ano de 1949 começou a dar aulas para um grupo de cinco crianças, num bairro muito humilde. Pouco a pouco, o grupo foi crescendo, e depois de apenas dez dias já eram cerca de cinqüenta crianças. Ensinava-lhes além do abecedário, noções de higiene (sendo que muitas vezes iniciava a aula lavando as faces de seus alunos) e conceitos de moral também.

Tendo abandonado o hábito da Congregação de Loreto, nessa nova etapa a Irmã Teresa adotou um sari branco, com faixas azuis, em homenagem à Virgem Maria, com uma pequena cruz nos ombros. Assim, ela começara a levar aos necessitados - mais do que quaisquer donativos ou outra ajuda qualquer que pudesse oferecer-lhes - ela levava-lhes amor, carinho e respeito, revelando-lhes Jesus através de gestos, palavras e obras concretas. Em pouco tempo, ela tornou-se muito conhecida, respeitada e amada por todos. Por onde quer que ela passasse, pessoas doentes, famintas, deficientes e desesperadas, gritavam por ela, vendo nela a esperança, que lhes fora roubada.

Início da Congregação

"Então, o Rei dirá aos que estão à direita: 'Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do reino que vos está preparado desde a criação do mundo, porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes; nu, e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim'" (Mateus 25, 34-36)


Surgem as primeiras vocacionadas, e assim, a futura congregação tem início

Assim, nasceu a “Congregação das Irmãs da Caridade” – fundada pela Madre Teresa de Calcutá - guiadas pela Palavra do Senhor que é eterna, as vocacionadas foram chegando uma a uma... Sem que ninguém as chamasse, sem que nada fosse feito para arrebanhá-las... vinham, como Madre Teresa viera, chamadas pelo Espírito Santo de Deus, que lhes dizia: "Vem e segue-me!". Com um único desejo em seus corações: servir a Jesus, que vive no pobre, no miserável, no doente, naquele que foi abandonado por tudo e por todos!


O início da congregação é narrado pela própria Madre Teresa:

“Uma a uma, a partir de 1949, vi chegar, jovens que tinham sido minhas alunas. Vinham com o desejo de dar tudo a Deus e tinham pressa em fazê-lo. Despojavam-se, com íntima satisfação, dos seus sarís luxuosos para revestir-se do nosso humilde sarí de algodão. Vinham sabendo que se tratava de algo difícil. Quando uma filha das velhas castas se coloca ao serviço dos párias, trata-se de má revolução para eles. A maior. A mais difícil de todas: a revolução do amor! Uma vida mais regular iniciou-se, então, para a nossa pequena comunidade. Abrimos escolas, enquanto continuávamos a visita aos bairros mais humildes de “lata”. Assim, as vocações foram afluindo e a nossa primeira casa tornou-se muito pequena(...)”


Os primeiros estatutos e as regras de vida começam a ser escritos

No mesmo ano em que começara a sua missão junto aos pobres, em 1949, (embora aquela que seria a futura congregação ainda não fosse oficialmente reconhecida pela Santa Sé, pois ainda estava em processo de formação) Madre Teresa já começa a escrever os estatutos das futuras “Missionárias da Caridade”, nome dado à sua congregação – estatutos nos quais ela acrescentaria, além dos três votos necessários à qualquer congregação, ou seja: obediência, pobreza e castidade, mais um: “a Caridade.”


Não praticam obras sociais, pois são contemplativas. Por isso, contemplam Jesus que vive no próximo

“Eu não peço por caridade; eu nunca peço por ela, mesmo no início. Eu vou às pessoas – não faz diferença se sejam hindus, mulçumanos ou cristãos – e digo-lhes: ‘eu estou lhe dando uma oportunidade de fazer alguma coisa bela a Deus.’”

“Oferte até que lhe fira”, ela diz. “O amor verdadeiro fere. A cruz feriu Jesus.”

Madre Teresa sempre afirmou que o trabalho delas nunca foi e nunca será um trabalho social, pois elas são contemplativas – tendo em vista que os dois pilares fundamentais da sua congregação são: “Jesus Encarnado na Eucaristia e Jesus Encarnado no pobre” - de forma que vão às ruas à procura dos pobres e doentes, para dar-lhes mais que remédios, banho ou alimento, dão-lhes amor, pois contemplam Jesus que neles vive! Por isso, saem às ruas, não ficam esperando que as pessoas venham até elas, elas é que vão até às pessoas percorrendo as ruas. A seguir, as recolhem e cuidam delas, dando-lhes banho, medicamentos, atenção, carinho, leito... dando-lhes oportunidade para se sintam dignas e amadas.


As irmãs também vivem a pobreza total, contando apenas com o mínimo necessário à sobrevivência

Também as irmãs da caridade despojam-se de tudo, assim podem compreender melhor a situação dos irmãos menos privilegiados. A lista dos seus pertences é pequena: um prato esmaltado e coberto, dois humildes sarís, um jogo de roupa interior simples, um par de sandálias, um pedaço de sabão, guardado numa caixa de cigarros, um travesseiro e um colchão bastante fino, bem como dois lençóis e um balde metálico. De maneira que quando precisarem sair às pressas, em um minuto já estarão prontas.

A santidade de Madre Teresa era tão grande, que nem sequer quando estava fora de casa, ela se alimentava, dizia que isso seria um desrespeito para com os seus pobres. Esta serva tão amada por Deus e por todos nós cumpriu, como tão poucos o conseguem, a vontade de Deus em sua plenitude. Assim, foi sendo cada vez mais abençoada por Ele e pouco a pouco, foi nascendo a futura "Congregação das Irmãs da Caridade" (que hoje conta com mais de 700 casas, em mais de 100 países!!!)

No dia 7 de outubro de 1950, foi aprovada e estabelecida a nova “Congregação das Missionárias da Caridade em Calcutá

A expansão da obra

A miséria e as doenças atingiam a todas as faixas etárias, nas mais diversificadas e problemáticas situações, de modo que pouco a pouco, Madre Teresa foi abrindo uma casa específica, para cada caso específico: mulheres grávidas, moribundos, doentes, crianças abandonadas, aidéticos, etc

Em agosto de 1952, as Missionárias da Caridade inauguram o lar infantil “Sishi Bavan” (Casa da Esperança) e inauguraram também o conhecido "Lar para Moribundos", em Kalighat, onde Madre Teresa dedicou grande parte de sua vida de modo especial.

Ao ver tantos moribundos agonizando pelas ruas, sem que ninguém lhes prestasse socorro - Madre Teresa procurou pelas autoridades responsáveis e lhes pediu que dessem a ela um local, para que pudesse socorrê-los, assim foram-lhe cedidas duas grandes salas de um edifício vizinho. Ela, então, nomeou este local como: "Casa do Moribundo." A princípio, ela teve alguns problemas de ordem religiosa, com alguns grupos que professavam uma outra fé, e conseqüentemente, uma outra religião e cultura, mas com o passar do tempo, todos foram notando, que ela tinha realmente boas intenções, e que sua obra tinha verdadeiramente um caráter nobre. Assim, ela começa a receber donativos de hindus, mulçumanos, budistas, etc. E assim também foi ocorrendo em relação às outras situações difíceis e problemáticas, tais como: crianças abandonadas, aidéticos, mulheres que haviam sido abusadas e engravidaram, leprosos...

Na catedral do Santíssimo Rosário, em abril de 1953, as primeiras Missionárias da Caridade fazem os seus primeiros votos religiosos. A ordem é aprovada pela Santa Sé no dia 1º de fevereiro de 1965 e, com a proteção da aprovação pontifícia, estende-se por toda a Índia. E a partir daí, com apenas 15 anos de fundação, esta congregação inicia uma expansão muito intensa por toda a Índia (a princípio em: Ranchi, Nova Delhi e Bombain) e a seguir, por todo o mundo.

Ainda em 1965, fundam no dia 26 de julho a sua primeira casa na América Latina, na Venezuela, na arquidiocese de Barquisimeto. Em 1967, abrem outra no grande berço da cristandade, em Roma-Itália, por desejo expresso do Papa Paulo VI; e mais recentemente, João Paulo II presenteia-lhe com uma casa dentro do próprio Vaticano.

A partir de 22 de agosto de 1968, a Congregação estende-se por outras regiões do mundo: Ceilão, Itália, Austrália, Bangladesh, Ilhas Maurícias, Peru, Canadá, etc.

No dia 8 de dezembro de 1970, as Missionárias da Caridade abrem a sua primeira casa em Londres, na Inglaterra, e estabelecem neste local a sede para as novas vocacionadas e noviças para a Europa e para a América. Em 1973, inauguram uma casa na conflituosa região de Gaza, na Palestina, para atender aos refugiados e feridos do local. E neste mesmo ano comemora a primeira “Assembléia Internacional dos colaboradores das Missionárias da Caridade”, instituição cujos estatutos tinham sido aprovados em 1969, e que reunia, já na época centenas de milhares de pessoas de todo o mundo: 50.000 leigos. Em 15 de junho de 1976, em Nova York - Estados Unidos, local onde é fundado o ramo contemplativo das Missionárias da Caridade. E em dezembro de 1976, inaugura centros de assistência no México e Guatemala.

No dia 15 de outubro de 1979, recebe o Prêmio Nobel da Paz, tornando-se mundialmente conhecida e admirada. Ainda no mesmo ano, João Paulo II recebe-a em audiência privada e ela converte-se, mesmo sem jamais ter freqüentado um curso de diplomacia, na melhor "embaixadora" do Papa em todas as nações, fóruns e assembléias. O Papa lhe diz: “Você pode ir aonde eu não posso. Vá e fale em meu nome.” Skoplje, sua cidade natal, nomeia-a "Cidadã Ilustre". Muitas universidades lhe conferiram o título "Honoris Causa". E ainda em 1980, recebe a Ordem "Distinguished Public Service Award" nos EUA.

Em 1981, inaugura em Berlim oriental – Alemanha a primeira das suas fundações é inaugurada, em países submetidos ao marxismo (na época). Anos mais tarde, será recebida pelo, então presidente, Mikhail Gorbachov e abrirá uma casa também na Rússia. Depois funda uma outra casa em Cuba, que também é comunista. Em 1983, estando em Roma, sofre o primeiro grave ataque do coração. Tinha 73 anos. Foi muito bem atendida e o médico disse-lhe: "A senhora tem coração para mais trinta anos" Tomou isso ao pé da letra e nem febre alta a fazia descansar. Em setembro de 1985, é reeleita Superiora das Missionárias da Caridade pelo Capítulo geral da Congregação. Só outra Irmã, Sor Josepha Michael, viu o seu nome escrito num dos votos: o que fora depositado na urna eleitoral pela Madre Teresa... Os outros 66 foram unânimes. Nesse mesmo ano, recebe do Presidente Reagan, na Casa Branca, a Medalha presidencial da Liberdade, a mais alta condecoração do país mais poderoso da terra. Participa de Sínodos, como o de 1986, e dos atos do Ano Mariano de 1987 e do Ano Santo da Redenção, bem como das viagens papais. Em agosto de 1987, vai à União Soviética e é condecorada com a Medalha de ouro do Comitê soviético da Paz. Pouco depois, visita a China e a Coréia. Em agosto de 1989, realiza um dos seus sonhos: abrir uma casa na sua terra natal: Albânia, onde o “ateísmo” constava como religião, pois esteve durante décadas sob domínio ditatoriais e comunistas.

Em setembro de 1989, sofre o segundo ataque cardíaco, tendo sido obrigada a colocar um marca-passo, ocasião em que correra grave risco de vida, mas recupera-se e retoma o seu incansável trabalho.

Em 1990, pede ao Papa para ser substituída no seu cargo, mas volta ser reeleita por mais seis anos, até 1996, sendo como todas as outras vezes, confirmada pelo Papa, como a Superiora das Missionárias da Caridade.

E assim foi até quando a sua missão na terra chegara ao fim - no dia 5 de setembro de 1997. Mas, por ser uma obra escolhida e amada por Deus - sua missão continua crescendo, pois até a data de seu falecimento: existiam cerca de 600 casas, em cerca de 100 países... Atualmente, no ano de 2003, já são mais de 700 casas, em mais de 100 países, para a honra e glória do Senhor!!!

Últimos Momentos

Mensagem de Angelo Comastri - Arcebispo de Loreto, sobre o seu falecimento

“Madre Teresa viveu para o pobre. Mas agora o mundo ficou mais pobre desde a noite de sexta-feira 5 setembro de 1997, impossibilitada de resistir ao último de muitos ataques do coração, Madre Teresa faleceu na casa onde ela e as irmãs dela tinham vivido em Calcutá desde os anos quarenta. Ela tinha 87 anos e a face dela - minúscula como a figura inteira dela, e profundamente enrugada - tinha se tornado o mesmo epítome de caridade e dedicação total dela para outros. Ela foi chamada a Mãe do pobre. Mas até mesmo entre as várias formas de Mãe da pobreza, Madre Teresa conseguiu se impelir para o limite extremo, da mesma forma que o amor dela a Cristo era extremo e total. Ela escolheu estar com o mais pobres dos pobres e, nesta procura ela fez com que o mundo - os crentes e não-crentes - lessem as páginas de um Evangelho Vivo, de um Evangelho a trabalho entre as conquistas e contradições de nossos tempos. A morte de Madre Teresa despertou uma emoção muito forte em todos e entristeceu todo o mundo. A caridade dela deixou rastros em todo continente.”


Esta pequenina mulher de alma gigantesca retornou à Casa Paterna – deixando-nos como herança o mais nobre de todos os exemplos de FÉ, AMOR, SOLIDARIEDADE, RESIGNAÇÃO, RENÚNCIA e RESPEITO a Deus - através do seu próximo – exemplos estes, construídos em gestos concretos através de toda a sua obra, a qual foi sendo edificada ano após ano, durante os quase 70 anos de seu apostolado - milhares de Missionárias da Caridade espalhadas em todo o mundo, nas mais de 700 casas, em mais de 100 países!!!


Deixou-nos também discursos e escritos que foram gravados em nosso coração - poemas, reflexões, mensagens e discursos, nos quais abordou sem temor - questões humanitárias tão delicadas, tais como: a miséria, o aborto, a guerra, a pena de morte, a AIDS, entre outras – os quais espelhavam o resultado do "Evangelho Vivo e Vivido" por ela. Madre Teresa enfrentou todas as dificuldades e provações, amando, renunciando, lutando e construindo - na prática - não ficou como muitos o fazem, apenas nos discursos e nas teses:

Declaração de Madre Teresa a respeito de sua missão:

“Algumas pessoas reivindicam e protestam em público por justiça e direitos humanos. Nós não temos tempo para isto. Há seres humanos em grande número que estão morrendo de fome e desprovidos de amor. Em pessoas assim é que servimos a Jesus, vinte e quatro horas ao dia”.


Uma vida de amor e renúncia

Saiu de casa (Albânia) aos 18 anos para abraçar a vida religiosa, e retornou à sua terra natal - apenas 50 anos mais tarde - quando tanto a sua mãe quanto a irmã já haviam falecido, sendo que enquanto estas estavam vivas, nunca mais as pôde rever pessoalmente, por questões políticas... Por amor renunciou a tudo, principalmente à própria vida! Ensinado-nos que quando realmente temos fé em Deus, amor ao próximo e disposição de coração – podemos realizar grandes obras e feitos nobres, pois quando dizemos o nosso “sim” a Deus, Ele realiza em nós maravilhas!!!


A despedida

No dia 5 de setembro de 1997, a "Mãe dos Pobres" faleceu - vítima de uma parada cardíaca – deixando o mundo todo órfão do seu amor. Durante vários dias, enquanto o seu corpo estava sendo velado na igreja de São Tomé, em Calcutá, milhares de pessoas de todo o mundo se aglomeravam em filas de quilômetros e quilômetros para que pudessem “despedir-se” dela. E após uma semana, como havia muitos que ainda desejavam dizer-lhe o último adeus, o corpo da Madre Teresa foi transladado para o Estádio Netaji, local no qual foi celebrada a Santa Missa de corpo presente - pelo Secretário de Estado do Vaticano, o Cardeal Ângelo Sodano.

Cronologia

1910: Agnes Gonxha Bojaxhiu, nasce aos 27 de agosto em Skopje, hoje, atual Macedônia, a mais joven de três filhos de um comerciante de materiais de construção albanês.

1928: Tornou-se uma noviça na ordem de Loretto, onde conduziu uma missão nas escolas da Índia, adotando o nome de Irmã Teresa.

1929: Chega em Calcutá para lecionar no colégio Santa Maria.

1937: Assume os votos como freira.

1946: Enquanto viaja de trem para a cidade de Darjeeling, nas montanhas, para se recuperar de uma tuberculose e para fazer seu retiro espiritual, ela disse ter recebido um chamado de Deus para servi-lo através "dos mais pobres dos pobres"

1947: Autorizada a deixar sua ordem, mudou-se para um bairro pobre de Calcutá, onde estabeleceu sua primeira escola.

1950: É fundada a Congregação das Missionárias da Caridade.

1952: Inaugara o “Nirmal Hriday” (Puro Coração) – Casa para os moribundos; no ano seguinte, seu primeiro orfanato.

1962: Recebe o “Padma Shri”, seu primeiro prêmio, pelos trabalhos comunitários. Por muito tempo, ela usou o dinheiro do prêmio para fundar dezenas de novas casas

1979: Recebe o "Prêmio Nobel da Paz"

1982: Convence Israelitas and Palestinos a um cessar fogo, pelo tempo que fosse necessário para a retirada de 37 criancas mentalmente retardadas, de um hospital na cidade sitiada em Beirute.

1983: Sofre um ataque cardíaco, quando visitava o Papa João Paulo II em Roma.

1989: Sofre um segundo, e desta vez, mais grave ataque cardíaco, ocasião em que os médicos decidem implantar um marca-passo.

1990: Anuncia sua intenção de renúncia. É convocada uma assembléia para a escolha da sucessora. Por votos secretos, Madre Teresa é reeleita com apenas um voto contra - o seu próprio - e retira a solicitação de renúncia.

1991: Adquire Pneumonia em Tijuana-México, levando-a um agravamento cardíaco, sendo hospitalizada em La Jolla, Califórnia – E.U.A.

1993: Fratura três costelas em Roma, devido a uma queda. É hospitalizada por malária em Nova Delhi. Em setembro, é submetida a uma cirurgia para desobstruir vasos sanguíneos, em Calcutá.

1996: Recebe o título de cidadã honorária dos Estados Unidos da América.

1996: Como resultado de uma queda, fratura a clavícula. Sofre de malária novamente e sofre novos problemas cardíacos no ventrículo esquerdo, em agosto. Ameaçada por infecção pulmonar e re-ocorrência de problemas cardíacos, em setembro. É internada no hospital com dores no peito e com problemas respiratórios aos 22 de novembro.

1997: 13 de março, renuncia ao posto de superiora da ordem. E no dia 5 de setembro retorna à Casa do Pai.

Entrevista

Madre Teresa, em dezembro de 1996, concedeu uma entrevista à revista "Sem Fronteiras", a qual talvez tenha sido a sua última ou uma das últimas. Confira a entrevista na íntegra:


Sem Fronteiras - Quantas são atualmente as Missionárias da Caridade?

Madre Teresa - Temos 3.604 Irmãs professas e 411 noviças, em seis noviciados: Calcutá, Filipinas, Tanzânia, Polônia, Roma e Estados Unidos. As postulantes são 260. No total, somos 4.275 Missionárias da Caridade, distribuídas em 119 países. As nossas Irmãs pertencem a 79 nacionalidades. Contamos com 560 tabernáculos, ou casas.


Por que "tabernáculos"?

- Porque Jesus está presente nessas casas. São casas de Jesus.
A nossa congregação quer contribuir para que as pessoas sejam saciadas da sua sede de Jesus. Fazemos isso, tentando resgatar e santificar os mais pobres dos pobres. Como as outras congregações, fazemos os votos de castidade, pobreza e obediência. Recebemos a autorização especial de fazer um quarto voto: o de nos colocarmos a serviço dos mais pobres dos pobres.


Como a senhora vê o tema do celibato?

- O celibato não é para quem se sente chamado ao matrimônio. O sacramento do matrimônio é maravilhoso. Desde o momento em que um homem e uma mulher se amam verdadeiramente e rezam juntos, Deus transmite a eles o seu amor.
A vida familiar merece muita atenção, é um dom de Deus. Não obstante, nós religiosas renunciamos a esse dom. Consagramos a nossa vida a Deus na castidade e no amor, sem divisão. Nada nem ninguém nos poderá separar desse amor, como diz São Paulo.


A senhora costuma dizer que não há amor sem sofrimento...

- Sim, o verdadeiro amor faz sofrer. Cada vida, e cada vida familiar, deve ser vivida honestamente. Isso supõe muitos sacrifícios e muito amor. Porém, ao mesmo tempo, esses sofrimentos vêm sempre acompanhados de muita paz.
Quando a paz reina em um lar, ali se encontram também a alegria, a unidade e o amor. Como se pode levar uma vida familiar normal sem paz e sem unidade?
Nesse sentido, a oração de São Francisco é muito atual. Não vivemos nas mesmas circunstâncias, mas o que Francisco pedia responde perfeitamente às necessidades da nossa época. Em Calcutá, rezamos essa oração todos os dias, depois da comunhão. Penso em todos os homens e mulheres que necessitam de amor: "Senhor, fazei-nos dignos de ser instrumentos da verdadeira paz, que é a vossa paz".


A sua congregação abriu casas para pessoas com Aids em várias partes do mundo...

- Sim, entre outros lugares, nos Estados Unidos, na Itália, no Zaire e, evidentemente, na Índia. Até pouco tempo atrás, não era raro que pessoas se suicidassem quando ficavam sabendo que tinham o vírus da Aids. Hoje, nenhum enfermo acolhido em nossas casas morre no desespero e na amargura. Todos, inclusive os não-católicos, morrem na paz do Senhor. Isso não é maravilhoso?


As regras da sua congregação falam do trabalho em favor dos "mais pobres dos pobres, tanto no plano espiritual quanto no plano material". O que a senhora entende por "pobreza espiritual"? Alguns dizem que se ocupa apenas com gente que vive na rua...

- Os pobres espirituais são os que ainda não descobriram Jesus Cristo, ou que estão separados dele por causa do pecado. Os que vivem na rua também precisam ser ajudados nesse sentido.
Por outro lado, fico muito contente de ver que, em nosso trabalho, podemos contar também com a ajuda de gente acomodada, a quem oferecemos a oportunidade de fazer algo de bom para Deus. É desse modo que conseguimos abrir um centro onde acolhemos e assistimos a jovens que saem da prisão.
Essa gente nos oferece material e dinheiro. Nesses dias chegou uma carta dos Estados Unidos. Pela letra dava para ver que era de uma criança. Ela me dizia: "Madre Teresa, eu gosto muito de você". O envelope continha um cheque de 3 dólares. Para essa criança, tratava-se de um grande sacrifício.


Vocês também recebem ajuda de gente de outras religiões?

- Sim, de muçulmanos, hinduístas, budistas e outros. Alguns meses atrás, um grupo de budistas japoneses veio conversar comigo sobre espiritualidade. Eu disse a eles que jejuamos todas as primeiras sextas-feiras do mês e que o dinheiro economizado vai para os pobres. Quanto regressaram ao seu país, os monges pediram às famílias e comunidades budistas que fizessem o mesmo. O dinheiro que recolheram nos permitiu construir o primeiro andar do nosso centro "Shanti Dan" ("Dom de Paz") para as "jailgirls" (meninas da prisão).
Cento e dez dessas meninas já saíram da prisão. São jovens, quase sempre adolescentes. Muitas delas são deficientes psíquicas. Saem das favelas e, de repente, se vêem metidas na prostituição. A maior parte, assim que renuncia a esse tipo de vida, é denunciada à polícia pelos proxenetas. Acaba na prisão, onde vive em condições desumanas.


Madre Teresa, alguns a criticam, dizendo que só tem um objetivo: converter os não-cristãos...

- Ninguém pode forçar ou impor a conversão, que só acontece por graça de Deus. A melhor conversão é a que consiste em ajudar as pessoas a se amarem umas às outras. Nós, que somos pecadores, formos criados para ser filhos de Deus, e temos que nos ajudar a chegarmos o mais perto possível dele. Todos somos chamados a amá-lo.


A senhora diz que as suas Irmãs não são assistentes sociais. Por quê?

- Somos contemplativas no coração do mundo, porque "rezamos" o nosso trabalho. Realizamos um trabalho social, certamente, mas somos mulheres consagradas a Deus no mundo de hoje. Entregamos a nossa vida a Jesus, com uma renúncia total e a serviço dos pobres, tal como Jesus nos deu a sua vida na eucaristia. O trabalho que fazemos é importante, mas não é tanto a pessoa que o faz que é importante. Fazemos esse trabalho por Jesus Cristo, porque o amamos. É tão simples.
Não temos condições de fazer tudo. Eu sempre rezo muito por todos aqueles que se preocupam com as necessidades e misérias dos povos.
Muitas personalidades e gente rica se associaram à nossa ação. Pessoalmente, não possuímos nada. Não ganhamos dinheiro. Vivemos da caridade e para a caridade.


E da Providência...

- Isso mesmo. Normalmente, sempre temos que enfrentar necessidades imprevistas. Em nossa casa "Sishu Bevan", temos mais de duzentos bebês que necessitam de um tipo especial de leite. Um dia, as minhas Irmãs vieram me procurar para dizer: "Madre, tem que fazer alguma coisa, porque não vemos nenhuma saída". No mesmo dia, um hindu rico veio me ver e me disse: "Madre Teresa, esta manhã, uma voz me disse que eu tinha que fazer alguma coisa pelos pobres", e me deu o que necessitávamos. Deus é infinitamente bom. Ele sempre se preocupa conosco.


Por que tantas jovens entram para a sua congregação?

- Eu creio que elas apreciam, sobretudo, a nossa vida de oração. Rezamos quatro horas por dia. Elas também conhecem e vêem o que fazemos pelos pobres. Não se trata de trabalhos importantes e impressionantes. O que fazemos é muito discreto, mas nós o fazemos pelos mais pequenos.


A senhora é uma pessoa muito popular. Nunca se cansa de tanta gente, fotografias...?

- Considero isso um sacrifício, e também uma bênção para a sociedade. Eu e Deus fizemos um contrato: para cada foto que tiram de mim, Ele liberta uma alma do Purgatório... (risos)... Eu creio que, nesse ritmo, em breve, o Purgatório estará vazio...
Viajar pelo mundo cercada de tanta publicidade é cansativo e duro. Porém, eu utilizo tudo o que se me apresenta para a glória de Deus e o serviço aos mais pobres. É preciso que alguém pague esse preço.


Que mensagem gostaria ainda de nos deixar?

- Amem-se uns aos outros, como Jesus ama a cada um de vocês. Não tenho nada que acrescentar à mensagem que Jesus nos transmitiu. Para poder amar, é preciso ter um coração puro e é preciso rezar. O fruto da oração é o aprofundamento da fé. O fruto da fé é o amor. E o fruto do amor é o serviço ao próximo. Isso nos conduz à paz. - "UMBRALES"



Revista Sem Fronteiras Nº 247 - Dezembro 96 - pág. 05

Mensagens da Madre Teresa a nós

Madre Teresa, dentre tantas vocações, tinha também um notável dom para a escrita. Cada uma destas é fruto de sua vida do Evangelho Vivo e Vivido. Cada uma dessas mensagens adequa-se à uma determinada situação ou tema. LUTA "Tenha sempre presente que a pele se enruga, o cabelo embranquece, os dias convertem-se em anos... Mas o que é importante não muda... a tua força e convicção não têm idade. O teu espírito é como qualquer teia de aranha. Atrás de cada linha de chegada, há uma de partida. Atrás de cada conquista, vem um novo desafio. Enquanto estiver viva, sinta-se viva. Se sentir saudades do que fazia, volte a fazê-lo. Não viva de fotografias amareladas... Continue, quando todos esperam que desista. Não deixe que enferruje o ferro que existe em você. Faça com que, em vez de pena, tenham respeito por você. Quando não conseguir correr através dos anos, trote. Quando não conseguir trotar, caminhe. Quando não conseguir caminhar, use uma bengala. Mas nunca se detenha".


AMOR

Fazer coisas ordinárias com amor extraordinário.
Vamos amar a Deus como Ele ama a cada um de nós. E onde este amor começa? Em nossa própria casa. Como começa? Rezando junto com Deus, Ele nos disse: " ame seu próximo como a você mesmo". Então, primeiro eu devo amar.
E fazer coisas ordinárias com amor extraordinário.
Vamos amar uns aos outros como Deus nos ama. E onde este amor começa? Em nossa própria casa. Como começa? Rezando juntos.
Deus nos contou: “ame seu próximo como a você mesmo". Então, primeiro eu devo amar a mim mesmo corretamente, e então amar ao meu próximo. Mas, como eu posso me amar a menos que eu me aceite como Deus me fez? Amar a mim mesmo corretamente, e então amar ao meu próximo. Mas como eu posso me amar a menos que eu me aceite como Deus me fez?


CONTEMPLATIVOS

No coração nós não somos os trabalhadores sociais. Nós podemos estar fazendo trabalho social nos olhos de algumas pessoas, mas nós devemos ser contemplativos no coração do mundo.


CRIADOs PARA AMAR

Deus nos criou para amar e ser amados, e este é o começo da oração - saber que Ele me ama, que eu fui criado para maiores coisas.


ALGO BONITO PARA DEUS

O que eu posso fazer, você não pode. O que você pode fazer, eu não posso. Mas juntos nós podemos fazer algo bonito para Deus.


A CRIANÇA

A criança é o presente de Deus à família. Cada criança é criada na imagem especial e semelhança de Deus por maiores coisas - amar e ser amado.


FAMÍLIA

A família que reza unida permanece unida, e se eles ficam unidos, eles amarão um ao outro como Deus amou cada um deles. E trabalho de amor é sempre trabalho de paz.


SANTIDADE

Santidade não é o luxo do alguém; é um dever simples, para você e para mim.

Franca de Zambonini escreve sobre a missão de Madre Teresa

Vestida num sarí branco com as bordas marcadas com as três linhas azuis, um pequeno crucifixo no ombro esquerdo, vestindo também uma malha cinza para evitar o frio, sandálias finas em seus pés desnudos, e carregando uma bolsa de tecido com alças de madeira; foi assim que Madre Teresa chegou a Oslo para receber o Premio Nobel e em Nova York para inaugurar um abrigo para portadores de AIDS.

E foi assim que ela chegou ao Pódio na sede das Nações Unidas e aos escombros de Beirute.

Em milhares de fotografias ela sempre aparenta a mesma, em favelas de grandes cidades, como em residências oficiais e residências de pessoas poderosas e influentes. Há uma foto de Madre Teresa, quando ela tinha 15 anos, tirada em 1925, quando ela era conhecida por Agnes Bojaxhiu e entre os familiares pelo apelido carinhoso de “Ganxha”, que em Albanês significa “Botão de Flor”. Nesta foto, ela esta em pé, ao lado de sua irmã Age, e as duas muito parecidas; Olhos brilhantes, testas altas e narizes proeminentes.

Elas estão usando uma roupa tradicional Albanesa: coletes bordados e calças tradicionais Turcas. Cada uma com os braços em volta dos ombros da outra, com suas cabeças próximas uma da outra. Meio século depois – em 1975 – a revista Time destacou Madre Teresa em sua capa. Em um artigo intitulado “Santos Vivos”, a Madre é retratada com um rosto profundamente marcado, no qual seus pequenos olhos de algum modo submersos e seus lábios fortemente comprimidos. Seus cabelos cobertos por seu Sarí, que serve também como um véu. Esta se tornou a imagem mais familiar de Madre Teresa de Calcutá.

Entre as fotos de 1925 e de 1975, décadas de privações e trabalhos exaustivos transformaram a imagem de Madre Teresa em um símbolo da caridade universal. Ela se tornou uma especialista em prover alivio emergencial quando e onde desastres acontecessem. Ela descreve seu trabalho como “Amor em ação” ou “algo de belo para Deus”. Sua missão é nas ruas da cidade, e começou quando ela levantou, pela primeira vez, um homem a beira da morte da calçada de Calcutá, assim violando um tabu ancestral da Índia, o dos “Intocáveis”, e assim agitando a consciência fatalista das pessoas. Desde então, ela vem carregando seu apostolado a todos os continentes. Madre Teresa tinha uma verdadeira obsessão, pelo conhecimento dos pobres. Quando viajava pelo mundo, tudo que via se relacionava aos pobres ou à pobreza. Por exemplo: Se num vôo um companheiro de viagem lhe mostrasse um lago abaixo, ela colocaria suas mãos de encontro ao peito, e exclamaria “Ah se nós pudéssemos transportar este lago para a Etiópia, onde as pessoas estão morrendo de sede...”. Em uma era de ateísmo materialista, ela aponta Cristo como nosso objetivo e guia.

Um jornalista americano uma vez viu ela lavando um homem coberto de chagas, e exclamou: “Eu não faria isto nem por 1 milhão de dólares”, e prontamente ela respondeu “Nem eu”. E se alguém a criticasse por ela passar a maior parte do seu tempo curando as feridas do mundo ao invés de tentar mudá-lo, ela responderia: “Você que mude o mundo, e enquanto isto eu fico aqui curando suas feridas”. Madre Teresa pode relacionar incidentes tanto edificantes quanto horríveis. “Eu uma vez recolhi um homem das ruas, sendo consumido enquanto vivo, pelos vermes. Enquanto eu o banhava ele me perguntou: “Porque fazes isto?”. Eu o respondi:” Porque eu o amo ““.

Madre Teresa não permite que seu instituto de caridade seja listado como tal. “Não somos uma organização beneficente. Tentamos viver uma vida contemplativa. Contemplamos Jesus na Eucaristia, e Jesus em meio aos pobres que todos abandonaram”.

A Madre Teresa algumas vezes tomava decisões que as vezes eram consideradas reacionárias ou até um pouco escandalosas. Nós vivemos com medo de doenças e nos recusamos a aceitar a morte, mas ela anda em meio aos que sofrem das mais horrendas doenças, tais como a Lepra ou AIDS. Nós nos cercamos de utensílios muitas vezes caros e inúteis, e em casa temos os mais modernos equipamentos domésticos. Madre Tereza, no entanto, uma vez ordenou que as irmãs de sua ordem, que se vissem livres da geladeira, o aspirador de pó,e também os carpetes com os quais alguns católicos haviam decorado um convento em São Francisco. Em nossa sociedade de desperdício, a Madre Teresa vê a montanha de lixo e sucata que produzimos como uma blasfêmia contra os que são privados de tudo. Ela diz: “A pobreza não é criação de Deus, mas sim de nós mesmos, por nosso egoísmo”. Madre Teresa nos ensina o poder das orações. “O mais importante é rezar, rezar, e rezar”.

Quando se enfrenta dificuldades, ela aconselha suas irmãs a rezarem uma ave-maria toda manhã. Umas tantas ave-marias podem resolver tudo. Há um provérbio indiano diz: “Teçam juntos uma teia de aranha e podem capturar um tigre.”

Nós nos cercamos com maquinários e tecnologia, mas ela é a favor dos trabalhos manuais, em que muitos vêem um retorno a Idade Media. A cada manhã na sede em Calcutá, as irmãs enchem o tanque de água, localizado no 3° piso do prédio, carregando manualmente baldes de água escada acima, ao invés de instalar um sistema hidráulico. Em meio aos ruídos da vida moderna, ela escolhe um silêncio monástico. “As arvores, as flores e o gramado crescem em silêncio. As estrelas, o sol e a lua se movem em silêncio. O silêncio nos da uma nova perspectiva das coisas”. Em uma era que favorece o gigante, ela ama pequenas coisas. “O que importa não é o quanto fazemos, mas quanto amor colocamos no que fazemos. As pequenas coisas se faz com muito amor”. Sem muita pratica ou técnica de oratória, Madre Teresa consegue capturar a atenção dos jovens num estádio, especialistas num congresso internacional, professores num auditório de Universidade, políticos em seus parlamentos. Ela não prepara quaisquer anotações, nem segue a uma lógica pré-definida. Ela descreve seus métodos como se segue: “É um martírio para eu falar em publico. Eu fecho meus olhos e minha boca, e faço um sinal da cruz em meus lábios”. O Papa João Paulo II confiou a ela um papel muito especial na evangelização e relações publicas da Igreja quando lhe disse “Você vai onde eu não posso ir. Vá e fale em meu nome”.

A mera presença de Madre Teresa é uma mensagem. Ela encarna a palavra. Como o poeta americano Walt Whitman uma vez disse: “O que você é fala tão alto, que não posso ouvir o que você diz”. Ela carrega o peso de sua popularidade como um sacrifício, mas também colhe algum lucro espiritual disto: “Com cada foto que tiram de mim, uma alma é salva”. Ela possui a maior das inteligências: aquela do coração. Quando ela toma parte de cerimônias oficiais para receber prêmios, diplomas, Diplomas honorários ou doações, o contraste entre ela e os outros participantes é sempre ofuscante. Os oficias de alto-escalão estão lá, em seus ternos bem acabados, falando com muita certeza e determinação e usando de retóricas oficiais. E ali esta Madre Teresa, curvada por sua artrite , cabisbaixa e falando somente o que é essencial. Ela não tem poder algum ou autoridade nestas cerimônias, no entanto, alcança suas metas e não deixa que ninguém a controle ou domine. Ela sabe como ser intrépida e inflexível; seu não e definitivo, e seu sim total.

O corpo desta mulher de mais de 80 anos foi emagrecido como resultado de suas privações voluntárias; seu coração falho prescisa de um marca-passo, ainda assim sua energia dinâmica exaure a todos que a rodeiam. Ela nunca come ou bebe nada fora do seu convento, mesmo quando esta em longas viagens; e ela nunca aceita nada que lhe é oferecido. Isto tudo, ela diz, é por respeito aos pobres. Sua alimentação consiste de Arroz e vegetais, ela bebe somente água ou chá, não dorme mais do que 3 hrs, tirando tempo de descanso para responder a cartas que recebe, trabalhar, enfim, fazer o que é necessário. Sua expressão facial aparenta severidade, mas quando seus traços se transformam em um sorriso, a luz divina se espalha por seu rosto.

Ela é mística, contemplativa, mas ao mesmo tempo, uma administradora muito cuidadosa e zelosa apostola de caridade.

Agora, seu prestigio e reputação internacional abre todas as portas, mas ela começou sua obra com 5 rupees (moeda corrente indiana). De uma cigana a serviço de Deus, ela agora é uma empresária de caridade.

Milhões de dólares passam por sua mão, mas ela não permite que ninguém arrecade dinheiro em seu nome. Ela não mendiga, apenas espera, mas insiste que o dinheiro doado não venha de fundos supérfluos. A doação tem que “doer”, para que a doação venha primeiro, edificar o doador espiritualmente.

Madre Teresa herdou de sua família Albanesa, uma certa astúcia administrativa; e da Índia, seu país de adoção, absorveu um fatalismo saudável. “Fazemos tudo para o Senhor. Cabe a ele pensar em nós”. Esta é a mesma resposta que ela dá às pessoas que perguntam o que será das Missionárias da Caridade, depois que ela morrer. “Se é um trabalho de Deus, ele se encarregará de cuidar. Se não o for, então que desapareça!”.

Eu conheci as Missionárias da Caridade em Calcutá, Manila, Roma, Melbourne, Londres, Nova York e Moscow. Elas não são tão numerosas quanto pode parecer.Somente 3000 no mundo inteiro. Mas são bem visíveis, pois tal qual a Madre Teresa, elas também não deixam a grama crescer sob seus pés. O dia todo, elas vagueiam por ai, sempre em pares, em busca de pessoas pobres, recitando o Rosário enquanto andam. Madre Teresa as instruiu: “Não falemos muito. Quando adentrarmos as casas dos pobres, pegamos uma vassoura e começamos a limpar”. Ela as treina em alegria evangélica: “Não as quero executando milagres de maneira dura ou severa. Prefiro que cometam erros de maneira cândida”.

Em todas as casas das missionárias da caridade mundos afora, as palavras “Têm sede” estão sempre colocadas acima do crucifixo na capela, em linguagem local. Aquelas palavras e o crucifixo são o seu manifesto.

Há um passagem nos evangelhos que de acordo com Lucas diz: “Quando preparas um banquete, convide pedintes, os aleijados e os cegos. Você deve ficar feliz por eles não poderem agradecer, pois seu pagamento virá na ressurreição dos justos. (Lc 14:13-14)


Fonte: Trechos extraídos do livro: Teresa of Calcutta - A pencil in God's Hand, da autora Franca Zambonini - tradução do inglês para o português por Caio Eugênio Rondon Lahr - cancaonova.com.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Frases de Madre Teresa de Calcutá

Madre Teresa, em sua caminhada, deixou-nos muitas preciosidades escritas, as quais sempre irão nos incentivar em nossa caminhada pessoal. Confira algumas delas:


"Um coração feliz é o resultado inevitável de um coração ardente de amor."

"Temos medo da guerra nuclear e dessa nova enfermidade que chamamos Aids, mas matar crianças inocentes não nos assusta".

"O amor, para ser verdadeiro, tem de doer. Não basta dar o supérfluo a quem necessita, é preciso dar até que isso nos machuque."

"Nunca compreenderemos o quanto um simples sorriso pode fazer."

"Ontem foi embora. Amanhã ainda não veio. Temos somente hoje, comecemos."

"Como Jesus, pertencemos ao mundo inteiro, vivendo não para nós mesmos, mas para os outros. A alegria do Senhor é a nossa força".

"Buscando a face de Deus em todas as coisas, em todas as pessoas, em todos os lugares, durante todo o tempo, e vendo a Sua mão em cada acontecimento - isso é contemplação no coração do mundo".

"Qualquer ato de amor, por menor que seja, é um trabalho pela paz.".

"Amar, ser verdadeiro, deve custar - deve ser árduo - deve esvaziar-nos do ego."

"Famintos de amor, Ele olha por vocês. Sedentos de amabilidade, Ele pede por vocês. Privado de lealdade, Ele espera em vocês. Desabrigados de asilo em seu coração, Ele procura por vocês. Você será esse alguém para Ele ?"

"Os pobres que buscamos podem morar perto ou longe de nós. Podem ser material ou espiritualmente pobres. Podem estas famintos de pão ou de amizade. Podem precisar de roupas ou do senso de riqueza que o amor de Deus representa para eles. Podem precisar do abrigo de uma casa feita de tijolos e cimento ou da confiança de possuírem um lugar em nossos corações."

"Mas eu sinto que o maior destruidor da paz hoje é o aborto, porque é uma guerra contra a criança - um assassinato direto da criança inocente - assassinato pela própria mãe. E se nós aceitamos que uma mãe pode matar até mesmo sua própria criança, como nós podemos dizer para outras pessoas que não matem uns aos outros?..."

"A pior calamidade para a humanidade não é a guerra ou o terremoto. É viver sem Deus. Quando Deus não existe, se admite tudo. Se a lei permite o aborto e a eutanásia, não nos surpreende que se promova a guerra!"

"Um país que aceita o aborto não está apto a ensinar os seus cidadãos a amar, mas a usar a violência para obter o que querem. É por isso que o maior destruidor do amor e da paz é o aborto."

"O mundo que Deus nos deu é mais do que suficiente, segundo os cientistas e pesquisadores, para todos; existe riqueza mais que de sobra para todos. É só uma questão de reparti-la bem, sem egoísmo. O aborto pode ser combatido mediante a adoção. Quem não quiser as crianças que vão nascer, que as dê a mim. Não rejeitarei uma só delas. Encontrarei uns pais para elas. Ninguém tem o direito de matar um ser humano que vai nascer: nem o pai, nem a mãe, nem o estado, nem o médico. Ninguém. Nunca, jamais, em nenhum caso. Se todo o dinheiro que se gasta para matar, fosse gasto em fazer com que as pessoas vivessem, todos os seres humanos vivos e os que vêm ao mundo viveriam muito bem e muito felizes. Um país que permite o aborto é um país muito pobre, porque tem medo de uma criança, e o medo é sempre uma grande pobreza."

(Madre Teresa de Calcutá)

Discurso de Madre Teresa de Calcutá aos políticos americanos

No dia 3 de fevereiro de 1994, foi realizado o National Prayer Breakfast (Café da Manhã Nacional de Oração), no Hotel Shoreham, em Washington, DC. Essa seria mais uma reunião do establishment político norte-americano, que incluía diplomatas de mais de 100 países diferentes. Foram anunciados os membros da mesa principal, com sua distinta lista de convidados encabeçada pelo Presidente Clinton e pelo vice-presidente Gore. Mas logo o ânimo quieto foi quebrado pelo aparecimento da palestrante principal da manhã: Madre Teresa de Calcutá. Com as suas simples, mas poderosas e pertinentes observações, Madre Teresa abalou a sua audiência emitindo um desafio direto para os acomodados detentores do poder em Washington.


Confira a tradução do discurso na íntegra:

" No último dia, Jesus dirá àqueles à sua direita: "Venha, entre no Reino. Porque eu tive fome e você me deu comida, eu estava sedento e você me deu bebida, eu estava doente e você me visitou." Então Jesus se voltará para aqueles à sua esquerda e dirá: "Afaste-se de mim porque eu tive fome e você não me alimentou, eu estava sedento e você não me deu bebida, eu estava doente e você não me visitou." Eles lhe perguntarão: "Quando nós o vimos faminto, ou sedento, ou doente, e não o ajudamos?" E Jesus lhes responderá: "Tudo que você deixou de fazer ao menor destes, você deixou de fazer a mim!"

Uma vez que nós nos reunimos aqui para rezar juntos, eu penso que será bonito se nós começarmos com uma oração que expressa muito bem o que Jesus quer que nós façamos para os menores. São Francisco de Assis entendeu muito bem estas palavras de Jesus e a sua vida é muito bem expressada por uma oração. E esta oração que nós rezamos diariamente depois da Santa Comunhão, sempre me surpreende muito, porque é muito adequada para cada um de nós. E eu sempre imagino se há oitocentos anos atrás quando São Francisco viveu, eles tinham as mesmas dificuldades que nós temos hoje. Eu acho que alguns de vocês já têm esta oração de paz, assim nós iremos rezá-la juntos.

Senhor,
Fazei de mim um instrumento de Vossa paz!
Onde houver ódio, que eu leve o amor.
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia, que eu leve a união.
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé.
Onde houver erros, que eu leve a verdade.
Onde houver desespero, que eu leve a esperança.
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria.
Onde houver trevas, que eu leve a luz. Ó Mestre,
Fazei que eu procure mais
consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado...
Pois é dando que se recebe;
é perdoando que se é perdoado;
e é morrendo que se vive para a Vida Eterna.
Amém.

Demos graças a Deus pela oportunidade que ele nos deu hoje de ter vindo aqui para rezar juntos. Nós viemos aqui especialmente para rezar pela paz, alegria, e amor. Nós somos relembrados de que Jesus veio trazer a boa notícia para os pobres. Ele nos disse o que a boa notícia é quando ele disse: "Eu vos deixo a minha paz, eu vos dou a minha paz."

Ele não veio dar a paz do mundo, que só é que nós não incomodemos um ao outro. Ele veio dar paz de coração que vem de amar - de fazer bem a outros.

E Deus amou tanto o mundo que deu o seu filho. Deus deu o seu filho à Virgem Maria, e o que ela fez com ele? Assim que Jesus entrou na vida de Maria, imediatamente ela foi às pressas anunciar esta boa notícia. E assim que ela entrou na casa de sua prima, Isabel, a Escritura nos conta que a criança por nascer - a criança no útero de Isabel - pulou de alegria. Enquanto ainda no útero de Maria, Jesus trouxe paz para João Batista, que pulou de alegria no útero de Isabel.

E como se isto não fosse o bastante - como se não fosse o bastante que Deus Filho se tornasse um de nós e trouxesse paz e alegria enquanto ainda no útero, Jesus também morreu na Cruz para demonstrar aquele amor maior. Ele morreu por você e por mim, e por aquele leproso e por aquele homem morrendo de fome e aquela pessoa desnuda que jaz na rua - não só de Calcutá, mas da África, de todos os lugares. Nossas Irmãs servem estas pessoas pobres em 105 países por todo o mundo. Jesus insistiu que nós amemos um ao outro como ele ama a cada um de nós. Jesus deu a sua vida para nos amar, e ele nos fala que ama a cada um de nós. Jesus deu a sua vida para nos amar, e ele nos fala que nós também devemos dar tudo que for necessário para fazer o bem uns aos outros. E no Evangelho Jesus diz muito claramente, "Amai como eu vos amei". Jesus morreu na Cruz porque isso é o que foi necessário para que ele fizesse o bem para nós - para nos salvar de nosso egoísmo e pecado. Ele largou tudo para fazer o desejo do Pai, para mostrar a nós que nós também devemos estar dispostos a dar tudo para fazer a vontade de Deus, para amar uns aos outros como ele ama a cada um de nós. Se nós não estamos dispostos a dar tudo o que for necessário para fazer o bem uns aos outros, o pecado ainda está em nós. É por isso que nós também temos que dar aos outros até que doa.

Amor sempre dói

Não é suficiente dizermos "eu amo a Deus". Mas eu também tenho que amar meu próximo. São João diz que você é um mentiroso se você diz que ama a Deus e você não ama seu próximo. Como você pode amar a Deus que você não vê, se você não ama seu próximo que você vê, que você toca, com quem você vive? E assim é muito importante para nós percebermos que o amor, para ser verdadeiro, tem que doer. Eu devo estar disposta a dar tudo que for necessário para não prejudicar outras pessoas e, de fato, para fazer o bem a elas. Isto requer que eu esteja disposta a dar até que doa. Caso contrário, não há nenhum verdadeiro amor em mim e eu trago injustiça, não paz, para aqueles ao meu redor.

Doeu a Jesus nos amar. Nós fomos criados à sua imagem para coisas maiores, para amar e ser amado. Nós temos que "nos revestir de Cristo", como a Escritura nos fala. E assim nós fomos criados para amar como ele nos ama. Jesus se faz o faminto, o desnudo, o sem casa, o não desejado, e ele diz, "Você fez isto a mim". No último dia ele dirá àqueles à sua direita, "tudo que você fez ao menor destes, você fez a mim", e ele também dirá àqueles à sua esquerda, "tudo que você deixou de fazer para o menor destes, você deixou de fazer a mim".

Quando ele estava morrendo na Cruz, Jesus disse "eu tenho sede". Jesus tem sede do nosso amor, e esta é a sede de todos, tanto pobres como ricos. Todos nós temos sede do amor dos outros, de que eles saiam do seu caminho para evitar nos prejudicar e para fazer o bem a nós. Este é o significado do verdadeiro amor, dar até que doa. Eu nunca posso esquecer a experiência que eu tive visitando uma casa onde eles mantinham todos aqueles velhos pais de filhos e filhas que tinham há pouco os posto em uma instituição e, talvez, os esquecido. Eu vi que naquela casa aquelas pessoas idosas tinham tudo: comida boa, lugar confortável, televisão - tudo. Mas todo mundo estava olhando para a porta. E eu não vi nem um deles com um sorriso na face.

Eu virei para a Irmã e perguntei, "Por que estas pessoas, que têm todo conforto aqui - por que todos eles estão olhando para a porta? Por que eles não estão sorrindo?" (Eu estou acostumada a ver os sorrisos em nosso povo. Até mesmo os agonizantes sorriem.) E a Irmã disse, "Este é o modo que é, quase todos os dias. Eles estão aguardando - eles têm esperança - que um filho ou filha venha visitá-los. Eles sofrem porque são esquecidos."

Vejam, esta negligência para amar traz pobreza espiritual. Talvez em nossa família nós tenhamos alguém que está se sentindo só, que está se sentindo doente, que está preocupado. Nós estamos lá? Nós estamos dispostos a dar até que doa, para estar com nossas famílias? Ou nós pomos nossos próprios interesses primeiro? Estas são as perguntas que precisamos fazer a nós mesmos, especialmente quando nós começamos este Ano da Família. Nós precisamos nos lembrar de que o amor começa em casa, e nós também precisamos nos lembrar de que "o futuro da humanidade passa pela família".

Eu fiquei surpresa no Ocidente por ver tantos meninos e meninas jovens dados a drogas. E eu tentei descobrir por que. Por que é assim, quando esses no Ocidente têm tantas coisas mais do que aqueles no Oriente? E a resposta era, "Porque não há ninguém na família para os receber". Nossas crianças dependem de nós para tudo: sua saúde, sua nutrição, sua segurança, seu vir a conhecer e amar a Deus. Para tudo isto, eles olham para nós com confiança, esperança, e expectativa. Mas freqüentemente o pai e mãe estão tão ocupados que eles não têm tempo para suas crianças, ou talvez eles nem mesmo sejam casados, ou desistiram do seu matrimônio. Assim as crianças vão para as ruas, e são envolvidas nas drogas, ou em outras coisas. Nós estamos falando de amor à criança, que é onde o amor e a paz devem começar. Estas são as coisas que quebram a paz.

Mas eu sinto que o maior destruidor da paz hoje é o aborto, porque é uma guerra contra a criança - um assassinato direto da criança inocente - assassinato pela própria mãe. E se nós aceitamos que uma mãe pode matar até mesmo sua própria criança, como nós podemos dizer para outras pessoas que não matem uns aos outros? Como nós persuadimos uma mulher a não fazer um aborto? Como sempre, nós devemos persuadi-la com amor, e nós lembramos a nós mesmos que amor significa estar disposto a dar até que doa. Jesus deu até a sua própria vida para nos amar. Assim a mãe que está pensando em aborto, deveria ser ajudada a amar - quer dizer, a dar até que fira seus planos, ou o seu tempo livre, para respeitar a vida da sua criança. O pai daquela criança, seja quem for, também tem que dar até que doa. Pelo aborto, a mãe não aprende amar, mas mata até mesmo a sua própria criança para resolver os seus problemas. E pelo aborto, é dito ao pai que ele não precisa ter responsabilidade alguma pela criança que ele trouxe ao mundo. É provável que aquele pai coloque outras mulheres na mesma dificuldade. Assim o aborto apenas leva a mais aborto. Qualquer país que aceite o aborto não está ensinando as pessoas a amar, mas a usar qualquer violência para conseguir o que eles querem. É por isso que o maior destruidor do amor e da paz é o aborto.

Muitas pessoas são muito, muito preocupadas com as crianças da Índia, com as crianças da África, onde muitas morrem de fome, e assim por diante. Muitas pessoas também preocupam-se com toda a violência neste grande país dos Estados Unidos. Estas preocupações são muito boas. Mas freqüentemente estas mesmas pessoas não se preocupam com os milhões que estão sendo mortos pela decisão deliberada das suas próprias mães. E este é o maior destruidor da paz hoje: o aborto, que leva as pessoas a tal cegueira.

"Eu quero esta criança!"

E por isto eu apelo na Índia e eu apelo em todos os lugares: "Deixe-nos trazer a criança de volta". A criança é o presente de Deus à família. Cada criança é criada à especial imagem e semelhança de Deus para coisas maiores - amar e ser amado. Neste Ano da Família nós precisamos trazer a criança de volta para o centro de nosso cuidado e preocupação. Este é o único modo pelo qual o nosso mundo pode sobreviver, porque nossas crianças são a única esperança para o futuro. À medida que as outras pessoas são chamadas para Deus, só as suas crianças podem tomar os seus lugares.

Mas o que Deus diz a nós? Ele diz, "Até mesmo se uma mãe pudesse esquecer da sua criança, eu não o esquecerei. Eu o gravei na palma de minha mão". Nós estamos gravados na palma da sua mão; aquela criança por nascer foi esculpida na mão de Deus desde a concepção, e é chamada por Deus a amar e ser amada, não só agora nesta vida, mas para sempre. Deus nunca pode se esquecer de nós.

Eu vou contar uma coisa bonita a vocês. Nós estamos lutando contra o aborto pela adoção - pelo cuidado à mãe e a adoção para o seu bebê. Nós salvamos milhares de vidas. Nós avisamos as clínicas, os hospitais, e delegacias de polícia: "Por favor não destruam a criança; nós ficaremos com a criança". Assim nós sempre conseguimos que alguém diga às mães em dificuldade: "Venha, nós cuidaremos de você, nós conseguiremos uma casa para sua criança".

E nós temos uma tremenda demanda dos casais que não podem ter uma criança. Mas eu nunca dou uma criança a um casal que fez algo para não ter uma criança. Jesus disse, "Qualquer um que recebe uma criança em meu nome, me recebe." Adotando uma criança, estes casais recebem Jesus, mas abortando uma criança, um casal recusa-se a receber Jesus.

Por favor não matem a criança. Eu quero a criança. Por favor me dêem a criança. Eu estou disposta a aceitar qualquer criança que seria abortada, e a dar aquela criança a um casal casado que amará a criança, e será amado pela criança. Da casa de nossas crianças em Calcutá apenas, nós salvamos mais de 3.000 crianças de abortos. Estas crianças trouxeram tal amor e alegria para os seus pais adotivos, e cresceram tão cheias de amor e alegria! Eu sei que os casais têm que planejar a sua família, e para isso há planejamento familiar natural. O modo para planejar a família é planejamento familiar natural, não contracepção. Destruindo o poder de dar vida, pela contracepção, um marido ou esposa está fazendo algo a si mesmo. Isto dirige a atenção para si mesmo, e assim destrói o dom de amor nele ou ela. Amando, o marido e esposa têm que dirigir a atenção um para o outro, como acontece no planejamento familiar natural, e não para si mesmos, como acontece na contracepção. Uma vez que aquele amor vivo é destruído pela contracepção, o aborto segue muito facilmente.

A grandeza do pobre

Eu também sei que há grandes problemas no mundo - que muitos cônjuges não amam um ao outro o bastante para praticar planejamento familiar natural. Nós não podemos resolver todos os problemas no mundo, mas nunca tragamos o pior problema de todos, que é destruir o amor. Isto é o que acontece quando nós dizemos para as pessoas que pratiquem contracepção e aborto.

Os pobres são pessoas muito grandes. Eles podem nos ensinar tantas coisas bonitas. Uma vez um deles veio nos agradecer por ensinar a eles planejamento familiar natural, e disse: "Vocês - que praticaram castidade - vocês são as pessoas mais indicadas para nos ensinar planejamento familiar natural, porque não é nada além de autocontrole por amor um ao outro." E o que esta pessoa pobre disse é bem verdade. Estas pessoas pobres talvez não tenham nada para comer, talvez elas não tenham uma casa para viver, mas eles ainda podem ser grandes pessoas quando eles são espiritualmente ricos. Aqueles que são materialmente pobres podem ser pessoas maravilhosas. Uma noite nós saímos e recolhemos quatro pessoas da rua. E um deles estava em uma condição bem terrível. Eu disse às Irmãs: "Vocês tomem conta dos outros três; eu cuidarei do que parece pior." Assim eu fiz por ela tudo aquilo que meu amor pode fazer. Eu a pus na cama, e havia um belo sorriso na sua face. Ela pegou minha mão, e ela só disse uma coisa: "Obrigado". Então ela morreu.

Eu não pude evitar examinar minha consciência diante dela. Eu perguntei, "O que eu diria se estivesse em seu lugar?" E minha resposta foi muito simples. Eu teria tentado chamar um pouco de atenção para mim. Eu teria dito, "Eu tenho fome, eu estou morrendo, eu estou com frio, eu estou com dor", ou algo assim. Mas ela me deu muito mais - ela me deu o seu amor agradecido. E ela morreu com um sorriso em sua face. E havia o homem que nós apanhamos da sarjeta, meio comido pelos vermes. E depois que nós o trouxemos para casa, ele só disse, "Eu tenho vivido como um animal na rua, mas eu vou morrer como um anjo, amado e cuidado." Então, depois que nós removemos todos os vermes deste corpo, tudo o que ele disse - com um grande sorriso - foi: "Irmã, eu vou para casa para Deus." E ele morreu. Era tão maravilhoso ver a grandeza daquele homem, que podia falar assim sem culpar qualquer pessoa, sem comparar nada. Como um anjo - esta é a grandeza das pessoas que são espiritualmente ricas, até mesmo quando eles são materialmente pobres.

Um sinal de cuidado

Nós não somos assistentes sociais. Nós podemos estar fazendo trabalho social aos olhos de algumas pessoas, mas nós devemos ser contemplativas no meio do mundo. Porque nós temos que trazer aquela presença de Deus para dentro de sua família, porque a família que reza unida, permanece unida. Há tanto ódio, tanta miséria, e nós com nossa oração, com nosso sacrifício, estamos começando em casa. O amor começa em casa, e não importa o quanto fazemos, mas quanto amor nós colocamos naquilo que fazemos.

Se nós somos contemplativas no meio do mundo com todos seus problemas, estes problemas nunca podem nos desencorajar. Nós devemos sempre nos lembrar do que Deus nos diz na Escritura: Até mesmo se a mãe pudesse esquecer da criança em seu útero - algo que é impossível, mas até mesmo se ela pudesse esquecer - eu nunca o esquecerei. E assim aqui estou eu falando com vocês. Eu quero que vocês achem os pobres aqui, bem em sua própria casa primeiro. E comecem o amor lá. Levem a boa notícia ao seu próprio povo primeiro. E descubram sobre seus vizinhos de porta. Vocês sabem quem eles são?

Eu tive a experiência mais extraordinária de amor a um vizinho de uma família hindu. Um cavalheiro veio para nossa casa e disse, "Madre Teresa, há uma família que não tem comido por muito tempo. Faça algo." Então eu peguei um pouco de arroz e fui lá imediatamente. E eu vi as crianças, os seus olhos brilhando com fome. (Eu não sei se vocês alguma vez viram fome, mas eu tenho visto muito freqüentemente.) E a mãe da família pegou o arroz que eu lhe dei, e saiu. Quando ela voltou, eu lhe perguntei, "Onde você foi? O que você fez?" E ela me deu uma resposta muito simples: "Eles também têm fome." O que me abalou era que ela sabia. E quem eram "eles"? Uma família muçulmana. E ela sabia. Eu não trouxe mais nenhum arroz naquela noite, porque eu quis que eles - hindus e muçulmanos - desfrutassem a alegria de compartilhar.

Mas havia essas crianças irradiando alegria, compartilhando a alegria e paz com a sua mãe porque ela teve o amor para dar até que doesse. E vocês vêem que é aí que o amor começa: em casa na família. Deus nunca se esquecerá de nós, e há algo que você e eu sempre podemos fazer. Nós podemos manter a alegria de amar Jesus em nossos corações, e compartilhar esta alegria com todos com que nós entrarmos em contato. Que nós façamos questão de que nenhuma criança seja indesejada, não amada, não cuidada, ou morta e jogada fora. E que demos até que doa - com um sorriso.

Porque eu falo tanto de dar com um sorriso, uma vez um professor dos Estados Unidos me perguntou, "Você é casada?" E eu disse, "Sim, e eu às vezes acho muito difícil sorrir a meu cônjuge - Jesus - porque ele pode ser muito exigente" - às vezes isto realmente é algo verdadeiro. E é aí que o amor entra - quando é sacrificado, e ainda assim nós podemos dar com alegria.

Um das coisas mais exigentes para mim é viajar para todos os lugares, e com publicidade. Eu disse a Jesus que se eu não for para céu por mais nada, eu irei para céu por todas as viagens com toda a publicidade, porque isto me tem purificado e me sacrificado e me tornado realmente pronta para ir para céu. Se nós nos lembrarmos de que Deus nos ama, e de que nós podemos amar aos outros como ele nos ama, então a América pode se tornar um sinal de paz para o mundo. Daqui, um sinal de cuidado para com o mais fraco dos fracos - a criança por nascer - tem que partir para o mundo. Se vocês se tornarem uma luz ardente de justiça e paz no mundo, então realmente vocês serão fiéis ao que os fundadores deste país defendiam. Deus os abençoe!"